É Imperioso proteger, conservar e manter a que foi crescendo ao longo dos últimos 10 anos no areal da praia da Figueira. Destruir o ecossistema dunar será agora um verdadeiro crime contra o património natural.
As dunas formadas no areal têm sido lentamente povoadas por plantas pioneiras que fixam a areia com as suas raízes. São plantas extraordinárias porque têm uma incrível resistência à falta de água doce, às amplitudes térmicas, salinidade e ao excesso de luminosidade. Poucos decisores políticos locais têm consciência da biodiversidade existente agora no areal e é escassa a informação no local sobre essa riqueza. Enfatize-se a ameaça do colapso global da biodiversidade.
É nosso dever criar nichos ecológicos e fomentar a biodiversidade sempre que possível, e não o contrário, a sua destruição. A vegetação da praia é ainda fonte de beleza e prazer estético, desde o Estorno até ao Cardo-marítimo que aí proliferam. A formação do ecossistema dunar resulta de um pequeno investimento no tempo do ex-presidente João Ataíde.
Daí resultou a vivência de um espaço, o areal, que anteriormente era triste e estéril. Apesar da desejada remoção de areias pelo sistema de bypass (que é bem-vindo), grande parte do areal irá permanecer e haverá uma área consolidada que nunca será removida porque nos protege do mar. Voltar ao passado, e querer “lavrar” novamente o areal, é absurdo.
Publicado no Diário as Beiras https://www.asbeiras.pt/2021/12/opiniao-a-vegetacao-do-areal-urbano-da-figueira-da-foz-deve-ser-removida-2/
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