No final do terceiro quartel do século XVIII, o litoral ao sul da Figueira era uma terra árida de ninguém.
Com o advento das artes de arrastar para terra e com a adaptação a estas dos barcos em forma de meia lua, as costas do couto de Lavos, a poente das Regalheiras, fervilharam em arrais de intensa vida na pesca e industria da sardinha.
Diversas companhas foram formadas pelos lavoenses de melhores posses. Estes, no entanto, eram rurais e não tiveram outra hipótese senão a de contratar pescadores qualificados. Na impossibilidade de contratar pescadores de Buarcos que não queriam abandonar o abrigo da sua enseada por outros portos, os armadores de Lavos contrataram ilhavenses.
Assim, ainda no princípio do século passado trabalhavam muitos ilhavenses em companhas da Costa ou de Leirosa. Encontram-se por aí, ainda, muitos antropónimos ilhavenses como os Ribeiros, os Parrachos e os Cações e a maioria esmagadora da população de S. Pedro (Cova Gala) é de origem ilhavense.
Durante muito tempo as companhas acoitavam-se nas praias do sul em palhoças feitas de junco, só cerca dos anos 30 de 1800 se deu a fixação dos pescadores.
Foto:Palheiro nas dunas da Praia da Cova...ao longe em plano intermédio a Capela...nos finais do século XIX.
Fonte:"Album Figuerense"
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