No século XVIII na região Norte e Centro de Portugal operou-se uma transformação nas formas de pescar, com a introdução de um novo tipo de pesca. Era diferente das pequenas artes (redes) designadas por Chinchorros ou Chinchas, que era o que antes mais se utilizavam...
A Pesca da Arte, ou Redinha, como apelidam ainda na nossa terra da Cova Gala, é uma pesca artesanal secular, feita com rede de cerco O aparelho da pesca da arte, é constituído de um longo cabo com bóias flutuantes, tendo na parte final as redes (mangas), e na sua metade de comprimento um saco de rede em forma cónica (xalavar).
Cada lance iniciava-se com a entrada do Barco da Arte na água, tarefa efetuada com a ajuda de toda a companha que empurrava manualmente o barco até ele começar a flutuar, a ponta de um cabo da Arte, ficava em terra. A rebentação era vencida à força de remos, quase sempre com quatro homens nos remos, remando em conjunto, podendo raramente serem seis remadores, dependendo do tamanho da embarcação e das redes da Arte, cada um com o seu remo, largando continuadamente o cabo até chegar ao largo...e começarem a largar as redes em semi-circulo, primeiro as mangas, e depois o saco...
Retornavam depois à praia desenrolando a outra metade do cabo. Antigamente a recolha era feita com a ajuda de juntas de bois, ou da força braçal dos pescadores e familiares, com ou sem tirantes. Os tirantes, eram correias de um tecido grosso tipo lona, que estavam ligadas a uma corda de cerca de um metro e meio de comprimento. As correias eram postas por cima do ombro dos homens, caídas até à cintura, sendo atadas ao cabo.
Depois de mais um lance, e de muito trabalho pelo meio, a chegada do saco a terra, era o ponto alto da faina, aguardado por todos sempre com bastante ansiadade...Noutros tempos distantes, era vital um saco bem recheado de pescaria, disso muitas familías dependiamcompletamente, nesses tempos de grande luta pela sobrevivência...
Foto - Praia do Catavento - Cova, Agosto 2015
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