«Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas...»
Abílio Manuel Guerra Junqueiro, nasceu em Freixo de Espada à Cinta, no dia 17 de Setembro de 1850.Faleceu em Lisboa, a 7 de Julho de 1923.
A ideia republicana, por um lado, seu ideário político, ideológico e cultural, e a ideologia poética de raiz romântica, por outro lado, o seu metafisismo e a sua religiosidade de base, tê-lo-iam acantonado fatalmente ao século XIX, sem que a sua poesia lograsse perdurar além dele como obra de verdadeiro génio. Os que, pelo contrário, lhe sublinham a originalidade do pensamento e o valor da sua exuberância oratória, ou os que o celebram como o maior poeta vivo da então jovem jovem República, esses, Oliveira Martins ou Pessoa, e mais recentemente José Marinho e outros, são capazes de entrever no universo junqueiriano fulgurantes antecipações sibilinamente lançadas aos caminhos da futura trajectória do lirismo nacional.Fonte-(em "Dicionário Cronológico de Autores Portugueses")
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