quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Para a História da Cova Gala (VIII) - Cova de Lavos - Areias brancas do passado...

No tempo dos tamancos e pés descalços, na areia branca escaldante de um verão antigo.

Casas de madeira construídas sobre estacas, espalhadas pelo areal da terra península.
Ruas que ainda não existiam, mas todos se conheciam. Lutas, brigas de desespero por falta de pão.

Pele queimada pelo sol do sofrimento e resistência de querer sobreviver...
Pais e filhos adultos prematuros, na frente da vida, prontos para o mar...

Tarde de domingo junto à praia, onde muitos se encontravam, ao lado do casario. Barcos em terra, encostados às dunas esperavam.

Alguns homens sentados na areia, falavam e remendavam redes espalhadas pela praia quase deserta. Caminhos não haviam, inventavam-se todos os dias.

Todos sabiam quem partira e quando chegara. Figueira já cidade, ali tão perto na outra margem espreitava, imagem que encantava e fazia falar o povo.

A sul, na Cova de Lavos terra dos meus ancestrais, a vida continuava como sempre, junto ao mar, desde sempre quando chegámos aqui, depois de uma caminhada de séculos, no tempo de tantas vidas.

Abraço a esse mundo invisível e a todas essas vidas, que um dia por estas areias brancas passaram...

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Imagens da Minha Terra - Porto de Pesca da Figueira da Foz no Cabedelo.

Na margem sul do mondego, no Cabedelo, já perto da foz...
Ladeado a poente pelo braço esquerdo do mesmo rio, situa-se o Porto de Pesca Costeira da Figueira da Foz.

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Cova Gala e as suas Casas

 


Cova Gala e as suas casas... Rua Adolfo Gonçalves Santiago,junto à entrada do Porto de Pesca no Cabedelo.

sábado, 1 de novembro de 2025

Para a História da Cova Gala (XXXIII) - Pesca da Arte - Gentes do mar de outros tempos...

 

Gentes de outros tempos, de mar salgado e areias brancas.
Pés nus, sol escaldante. 
Pegadas na areia, cicatrizes de sofrimento e luta desigual.
Ventos de outono que chegaram hoje e por lá passaram...
Trazem cartas e retratos sem remetente, sem destinatário.
São imagens do mar da minha aldeia.
Imagens do meu povo de ontem, de sempre...

sábado, 25 de outubro de 2025

Depois da bica...



 

Tantos anos depois...
O ritual mantem-se, o cafézinho no café de sempre depois do jantar.
Dos poucos cigarros que ainda fumo, um deles é queimado olhando o mar...
Aquela linha do horizonte que teima em reaparecer e me faz pensar noutras desiguais, já levado pelas noites de ontem.
Lástima, bagatela de vida esta, que por vezes nos priva do importante.
Insignificância a que nos botaram e obrigaram.
Todos gritam, curvados perante o fatalismo, protagonismo e tanta hipocrisia doentia.
Poucos aqueles, úteis, decentes e  convenientes para este País.
Horizontes, que nos faziam sonhar...uma utopia.

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

EVASÃO...


Ao entardecer, amanhecer, a qualquer momento, levados por essa brisa suave e antiga, que sopra do mar, galgando as dunas, nos transportando,
 com a nossa imaginação para outros mundos, outros lugares...
Viajando no destino de uma utopia, em que tudo seria perfeito, num sonho eterno, intemporal, sem bilhete de regresso.


terça-feira, 14 de outubro de 2025

Furacão Leslie - Ainda alguém se lembra?


Ainda alguém se lembra?

Fez ontem precisamente 7 anos, a 13 de outubro de 2018, que o Furacão Leslie causou enormes estragos na Cova e Gala.
Algo nunca antes visto por aqui e arredores.
A tempestade fez um desvio inesperado e não entrou por Lisboa, como estava previsto.
O "landfall" (toque em terra) foi registado na Figueira da Foz, no Cabedelo, às 22:10 horas, onde os ventos chegaram a atingir, máximos históricos.
As populações viveram longas horas de pânico, temendo o pior, as rajadas chegaram a atingir 176 km por hora.
A passagem do furacão Leslie pelo concelho da Figueira da Foz, provocou também grandes estragos na cidade, nomeadamente a queda de árvores e estruturas, além da invasão das avenidas junto ao mar por água e areia...

domingo, 5 de outubro de 2025

Imaginar como seria...


Nasci quase na areia, deste país e da minha aldeia.
Lembro-me de ti e do teu princípio, sem realmente te ter conhecido.
Terra de trisavós, que já por aqui nasceram...
Imagino com tenacidade, como seria naquele tempo, a usança que se vivia.
Numa aldeia junto ao mar, com vista a nascente, para o rio.
Gentes sofridas, abandonadas à sua sorte, emergidas das ondas do mar...
Pés decalços que deixaram rastos de dor e nos trouxeram até aqui.
Terra, terra minha e de tantos outros antes de mim.
Fomos e seremos sempre areias, como a minha aldeia desse tempo, e outros de outrora, em que ainda quase nada existia.
Só a areia, o céu, o rio e o mar... 

sábado, 20 de setembro de 2025

Ilusão de ilusões...


Somos uma realidade, um tempinho de vida, estamos aqui, ali, acolá, andamos por aí...

Somos de uma insignificância e fragilidade tremenda, por vezes uma esperança irrealizável.

Temos realidades e sonhos dentro de nós, um mundo só nosso e de outros mundos que nos rodeiam...

No nosso, alguns fazem parte inteira de nós, mas nesses, também poderemos ser, uma pequena parte, com ou sem valor.

Quando já não formos mundos, faremos ainda parte de outros mundos, enquanto eles forem mundo e tiverem ilusão de ilusões de mundos... 

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Para a História da Cova Gala (XXX) - Pesca da Arte (Redinha).


Foto - Praia do Catavento - Cova, Agosto 2015

No século XVIII na região Norte e Centro de Portugal operou-se uma transformação nas formas de pescar, com a introdução de um novo tipo de pesca.
Era diferente das pequenas artes (redes) designadas por Chinchorros ou Chinchas, que era o que antes mais se utilizavam...

A Pesca da Arte, ou Redinha, como apelidam ainda na nossa terra da Cova Gala, é uma pesca artesanal secular, feita com rede de cerco
O aparelho da pesca da arte, é constituído de um longo cabo com bóias flutuantes, tendo na parte final as redes (mangas), e na sua metade de comprimento um saco de rede em forma cónica (xalavar).
Cada lance iniciava-se com a entrada do Barco da Arte na água, tarefa efetuada com a ajuda de toda a companha que empurrava manualmente o barco até ele começar a flutuar, a ponta de um cabo da Arte, ficava em terra.
rebentação era vencida à força de remos, quase sempre com quatro homens nos remos, remando em conjunto, podendo raramente serem seis remadores, dependendo do tamanho da embarcação e das redes da Arte, cada um com o seu remo, largando continuadamente o cabo até chegar ao largo...e começarem a largar as redes em semi-circulo, primeiro as mangas, e depois o saco...
Retornavam depois à praia desenrolando a outra metade do cabo.
Antigamente a recolha era feita com a ajuda de juntas de bois, ou da força braçal dos pescadores e familiares, com ou sem tirantes.
Os tirantes, eram correias de um tecido grosso tipo lona, que estavam ligadas a uma corda de cerca de um metro e meio de comprimento.
As correias eram postas por cima do ombro dos homens, caídas até à cintura, sendo atadas ao cabo.
Depois de mais um lance, e de muito trabalho pelo meio, a chegada do saco a terra, era o ponto alto da faina, aguardado por todos sempre com bastante ansiadade...
Noutros tempos distantes, era vital um saco bem recheado de pescaria, disso muitas familías dependiam completamente, nesses tempos de grande luta pela sobrevivência...

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

A Ponte, o rio e a vida...

Debaixo da nova ponte dos arcos, com vista privilegiada, para a ilha da morraceira.
Uma escapada atrevida de uma hora, para recordar meio século de emoções perdidas...
De uma outra e outrora bela ponte, que já foi "residente" no mesmo espaço, e que fez parte da história da antiga aldeia.

Sentado, junto às águas do rio, que deslizavam suavemente, e refectiam a minha imagem em silêncio no leito do rio, experimentei sensações antigas "tatuadas" em mim.
Continuo fascinado pela magnificência do lugar que sempre conheci, e pelo qual desde menino, me enamorei.

Perplexo, pensava para mim, que somos como o rio que passa sob a ponte, numa vida de muitos caminhos percorridos e a percorrer...
A lutar, sem nunca desistir e tentar sempre vencer.
Fiquei a pensar na minha vida...
Nesta vida de todos nós, uma dádiva, um presente, que todos devem "degustar' e preservar felizes, oxalá por muitos anos...

Uma noite serena para todos. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Elevador da Glória...




O Elevador da Glória nasceu em 24 de outubro de 1885, ligando a Praça dos Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara. Foi o segundo ascensor de Lisboa, depois do
do Lavra, e depressa se tornou um ícone da cidade. Concebido por Raoul Mesnier du Ponsard, engenheiro luso-francês que deixou marca em vários sistemas de transporte lisboetas, começou por funcionar à base de contrapesos de água, num tempo em que a energia elétrica ainda não tinha presença forte.

Em 1915 foi eletrificado, modernizando-se sem perder a função original, vencer de forma rápida e engenhosa a íngreme Calçada da Glória, uma das encostas mais movimentadas da capital. Ao longo das décadas, serviu diariamente trabalhadores e estudantes que viviam no Bairro Alto e no Príncipe Real, sendo também procurado por artistas e boémios que frequentavam cafés e casas de fado da zona.
A viagem tem apenas cerca de 265 metros, mas a inclinação média ultrapassa os 18%, o que lhe garante estatuto de desafio técnico e patrimonial. Foi classificado como Monumento Nacional em 2002, e as suas duas carruagens gémeas, pintadas de amarelo, ganharam vida própria, alvo constante de graffiti, e tornaram-se parte da tela urbana, fazendo parte do imaginário lisboeta tanto quanto os elétricos da cidade.
Hoje é um dia de luto.

terça-feira, 20 de maio de 2025

segunda-feira, 19 de maio de 2025

SPORTING Clube de Portugal - Bicampeão Nacional de Futebol

SPORTING Clube de Portugal.

Somos Campeões Nacionais, Bicampeões de Portugal em Futebol.

Um Título Merecidíssimo, para a equipa que melhor futebol praticou na maior parte dos jogos, e que durante mais tempo, esteve em primeiro lugar na classificação geral.

O meu velho, com quase 90 anos de idade, Sportinguista moderado, tinha-me dito o ano passado, que já não acreditava, que ainda chegasse a ver o SPORTING BICAMPEÃO pela segunda vez na sua já longa vida, embora fosse esse o seu grande desejo.

Parabéns "Ti João", e Um Grande Abraço Velho Sportinguista.

Parabéns a todos os Sportinguistas por esse mundo fora...


quinta-feira, 15 de maio de 2025

Flash no tempo...


 Flash no tempo.

Como era linda a minha aldeia.
As "recoletas", botes e bateiras ancorados na velha doca do rio.
Minha Imagem preferida, do meu filme a preto e branco, num momento sublime de encanto e beleza, de um tempo acabado...

(João M.Fidalgo Pimentel)

domingo, 11 de maio de 2025

Farol de Beachy Head, Eastbourne, Reino Unido (I)


Farol  de Beachy Head, Eastbourne, Reino Unido.

Tem 14 metros de altura, foi construído em 1870, e ainda se encontra em funcionamento.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Os Índios da Praia

Cova, meados de julho de 1966.

Uma pequena pedra bateu no vidro da janela do sotão onde dormia, como combinado, os amigos já estavam à espera lá fora, eram sete e meia da manhã.
Vestiu rápidamente os calções, que lhe tapavam os joelhos, e a camisa azul que tinha uns meses antes estreado no dia de páscoa.
Como um felino abriu a janela,pendurou-se no beiral da mesma, e saltou para o "quintal" que ficava por detrás da casa.
A areia amorteceu a queda de uns quatro metros e abafou o ruído, que poderia acordar os pais, que ainda dormiam naquela manhã de domingo. O sol esse já dava gargalhadas de boa disposição, naquele dia de verão.
Partiram juntos em direcção ao pinhal, como cinco irmãos unidos por laços de sangue. O Bicas trazia sempre consigo as "afundas"(fisgas), para o que desse e viesse,não fosse passar de repente um bando de pássaros...O Línguas ia sempre à frente,era o mais velho com os seus dez anos,era ele o chefe do acampamento para onde se dirigiam, numa clareira no pinhal, lá estava erguida uma  barraca de estilo Índio dos filmes "farwest", coberta por ramadas de árvores e"valso",apanhadas junto aos quintais,que por ali perto havia.
Uma corda amarrada,a um dos pinheiros mais altos servia de balancé para fazerem loucuras,em que uma vez o Bexiga quando já ia lançado partiu dois dentes e ficou todo arranhado, num choque frontal com o tronco de uma acácia que ficava a meio caminho.
Entraram numa barraca sentaram-se em circulo, como mandavam as regras.
-É Bébé quantas pontas é que arranjas-te pá?- Perguntou o Línguas ao mais novo do grupo.
-Umas dez mas algumas devem estar partidas, disse.- Passa cá isso caraças, quem é que tem lume?-Eu! disse o Faísca, passando uma grande caixa de fosféros que tinha trazido de casa.
Tinham um cachimbo feito de cana, onde juntavam o tabaco que tinham apanhado das pontas dos cigarros que encontravam no chão, junto às tabernas da aldeia.
Então o Línguas acendia o cachimbo de cana verde, inspirando, inspirando... até ficar vermelho como um tomate, seguindo-se depois uma tosse interminável...e a risada de todos.
Mais tarde, apostavam e desafiavam-se,para ver quem chegava mais depressa lá a cima nos cabeços de areia(dunas), e um deles dizia:- "mora malta, o último a chegar é um coninhas!
A fantasia dos putos confundia-se e misturava-se com o céu azul e o sol daquele verão quente que invadia a aldeia.
Era como uma ilha no fim do mundo, uma ficção inventada, aquela terra junto ao mar, caminhos e mais caminhos de areia branca, abraçados por quintais e valados...casas,muitas ainda bastante rudimentares, construídas de madeira,espalhadas aqui e além... e entre elas um mar de areia branca de centenas de metros...
Ruas,eram poucas as dignas desse nome umas três ou quatro.
Junto a algumas habitações, redes penduradas em varas em posição horizontal, a um um metro meio do chão, para serem desembaraçadas e limpas, redes com cheiro a limo e peixe do mar.
Mulheres do povo, que às vezes passavam atarefadas, com cestas de vime à cabeça carregadas de peixe vivinho a saltar, acabado de chegar nas redes da arte da praia da Cova.
Nesse ano andavam umas três ou quatro embarcações a dar lanços na praia de noite e de dia,consoante as marés, o tempo estava de feição, o mar estava de rastos e estava a dar peixe...que nunca mais acabava,dizia alguém que passava a correr.
Os putos esses continuavam a desafiarem-se,para ver quem chegava primeiro lá em cima às dunas junto à praia.
Depois de uma correria de cerca de 500 metros,digna dos jogos olímpicos, sentavam-se transpirados,à volta de uma caraminheira e matavam a sede com os frutos selvagens que o pinhal oferecia.
Não estavam ainda parados nem uns minutos e já o Línguas desafiava outra vez:
-É malta vamos ao banho,que o mar está mansinho- Retorquia o Bicas:
-Esperem aí "fosca-se", que eu estou apertadinho,tenho que ir mijar, é Bébé agarra-me as minhas "afundas".
Esperavam pelo companheiro...até que passados alguns segundos,formavam um circulo e começavam todos a urinar ao mesmo tempo, como se de um ritual se tratasse.
-Quando mija um, mijam dois ou três!-dizia o Bébé com a força dos seus nove anos, enquanto ia fazendo desenhos geométricos na areia,com a urina que ejectava do seu pénis, atinjindo por vezes os companheiros,que por sua vez lhe atiravam areia para a cara com a ponta dos pés.
Alguns instantes depois despiam-se, e corriam a alta velocidade completamente nus pelas dunas abaixo, levantando uma mini-tempestade areia ... 
Havia redes da arte espalhadas no areal escaldante da praia, o sol estava no seu zénite,pouco passava do meio-dia, as redes eram agilmente evitadas num sprint em ziguezague, como se de um obstáculo se tratasse que depois de ultrapassado, incitava finalmente a mergulhar  nas águas frescas e salgadas do mar...(continua )

Nota: Estória verídica , passada na povoação da Cova,em julho de 1966.
        Os nomes dos  intervenientes são fictícios,

(em"Os Índios da Praia")

sábado, 3 de maio de 2025

Rancho Folclórico Beira-mar em 1987 - Outros tempos na Cova Gala


Rancho Folclórico Beira-mar em 1987 - Outros tempos  na Cova Gala, uma foto tirada na antiga doca.

Em plano secundário, a antiga e bela ponte dos arcos, mais à direita a nova ponte da Figueira da Foz,  Edgar Cardoso.

sábado, 26 de abril de 2025

Um bom fim de semana para todos os mundos...


Quando a linha do horizonte, nos abre o espírito, e leva para outros caminhos de compreensão.

Desaguamos num mar de felicidade, como o rio da minha cidade.

Mergulhamos por momentos no mundo invisível, que só a nós pertence.

Um bom fim de semana para todos os mundos...

(João M.Fidalgo Pimentel)

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Morreu Francisco, o Papa de hábitos simples que lutou para mudar a Igreja


 

Morreu Francisco, o Papa de hábitos simples que lutou para mudar a Igreja

Pontífice tinha 88 anos e morreu em casa, na Cidade do Vaticano. A causa da morte será divulgada à tarde. Francisco foi o primeiro papa latino-americano e deixa legado de tolerância e diálogo.

O pontífice, que ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos,  recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ter ficado internado durante 38 dias.

domingo, 20 de abril de 2025

Uma Páscoa Feliz Para Todos Vós...


A Páscoa, recorda sobretudo aquele que apregoou o amor e a paz entre os homens do seu tempo, e acabou crucificado numa cruz.

Uma Feliz Páscoa para todos os crentes, sejam eles ou não cristãos.
Ter fé, acreditar em algo positivo, seja o que for, com ou sem religião, é o melhor estímulo para uma vida melhor, desfrutar dela e de tudo bom que ela nos possa oferecer...

domingo, 13 de abril de 2025

O casario da minha terra...


O casario da minha povoação, qual mulher semi-nua enfrentando o mar.

Meu lugar priveligiado de reflexão e inspiração de uma vida.
Terra limitada no espaço, imensa no meu pensamento.
Cercada pelo oceano, o mondego e o pinheiral que ali espreita.
Cova Gala, plena de maresia e ventos de fantasia, que chamam por mim.
Sempre que estou longe de ti...

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Clube Mocidade Covense 86 Anos de História...

O Clube Mocidade Covense, fundado em 9 de Abril de 1939, faz exactamente hoje 86 anos de vida.
Muito se poderiam orgulhar os seus fundadores, se ainda hoje fossem vivos.

Um grande percurso já foi realizado durante todos estes anos, que correram a uma velocidade estonteante.
Um bem haja, a todas as direções que por lá passaram e deram o seu grande contributo, o seu melhor durante todos estes anos para o engrandecimento desta colectividade, uma das mais antigas da nossa terra, todos terão o sentimento do dever cumprido, nem sempre foi fácil em determinados momentos desta já longa vida...
Recordo-me especialmente nos meses de inverno de 1976/77, nos anos logo a seguir ao 25 de abril, em que o único café que havia na Cova encerrou por algum tempo.
Foi o C.M.C.que com a ajuda e a carolice de alguns sócios, que mantinha aberto o bar do Clube todos os dias, no horário da tarde, evitando que a aldeia se tornasse num "deserto"...continuando assim a população a ter algum convívio, desfrutando-se da velha televisão a preto e branco, a velha suecada do jogo de cartas, o jogo de damas e o dominó.Poderiamos, também realçar os bailes e matinées que se organizavam noutros tempos, com os respectivos conjuntos musicais, que tantas estórias de amor fizeram nascer, assim como os filmes que se projectavam, alguns de muito boa qualidade, muito mais se poderia contar, haveria tanto para recordar...
Todos nós nos sentimos orgulhosos por isso.
No entanto hoje o que conta é o presente, tudo está diferente para melhor e ainda bem, os tempos são outros.
As instalações foram melhoradas em vários aspectos, existem várias actividades, existe sangue novo que mantém bem viva a chama do Clube Mocidade Covense, o que é também de louvar e incentivar para continuar, e se possível sempre melhorar.
Desejo Um Feliz Aniversário para esta Grande Colectividade da nossa linda Terra, o Clube Mocidade Covense.

(João M.Fidalgo Pimentel) 

quinta-feira, 27 de março de 2025

Figueira da foz de Antigamente...1905.


A doca antiga, avistando-se ao longe a Câmara Municipal.

Uma recordação de um turista Francês.

Já lá vão mais de 120 anos.
Lugres bacalhoeiros fundeados no rio, aguardando a sua vez, para mais uma viagem à Terra Nova.
Algumas pessoas que passam e olham o fascinante lugar de outrora.
No outro lado do rio, não dá para ver, pois a imagem não alcança, simplesmente para imaginar...
No outro lado do rio, a Cova de Lavos e as dezenas de palheiros nas dunas junto ao mar.
Por detrás encostada ao braço sul do mondego, a Gala mais nova e pequena, ainda a despertar...

quinta-feira, 20 de março de 2025

Pelas ruas da Cova Gala...Rua do Pinhal

No caminho para casa, repetidamente ao longo dos anos...
Durante a semana depois do trabalho, no fim de semana, todos os dias o mesmo percurso
Percorro algumas ruas a pé até lá chegar...
Ao passar olho algumas casas, que sempre olhei, desde que me lembro de existir...
Outras casas mais recentes, também despertam a minha atenção.
Encontro pessoas, do meu outro tempo, com o seu sorriso familiar antigo...
Também outras gentes, que chegaram mais tarde, de outros lugares e que por aqui ficaram.
Ao longo dos anos o meu caminho, continua a ser quase sempre o mesmo.
Hoje existem outros caminhos...
No entanto há sentimentos, que não se explicam, fazem parte de nós.
Sou como uma árvore envelhecida, mas que teima em ficar.
Hábitos, raízes profundas de uma vida,de um passado de um lugar, que é só nosso, e a quem pertencemos.
No caminho para casa, fiquei feliz ao lá chegar...

terça-feira, 18 de março de 2025

Praia da Cova - Figueira da Foz


Vive quem pensa, apaixonadamente e preferencialmente, junto ao mar da minha aldeia...

A leitura fornece ao espírito materiais para o conhecimento, mas só o pensar faz nosso o que lemos.

domingo, 16 de março de 2025

Figueira da Foz - Lembranças distantes, perdidas no entardecer...

Figueira da Foz - Lembranças distantes, perdidas no entardecer...

A grande epopeia da pesca do bacalhau, também fez história desde os seus primórdios, na Figueira da Foz.
No crepúsculo do anoitecer, no início do século passado, navios bacalhoeiros à vela esperavam no cais.
Nas águas adormecidas do rio mondego, sob os derradeiros raios de sol, reflectiam-se imagens sublimes desse tempo antigo.
Que privilégio seria, para quem pôde viver esses momentos de encanto desse tempo.
No passear da noite pela cidade junto ao rio, e desfrutar de todo o envolvente mágico.
Olhando a outra margem a sul, aonde se avistavam a seca do bacalhau, os estaleiros navais e as lindas povoações da Cova e Gala, que já eram há muitos anos, uma presença habitual...

quinta-feira, 13 de março de 2025

O Homem do rio...


O Homem do rio... 

Domingos Maria Pereira, o Domingos Palhaça, um dos muitos homens do rio da nossa terra, e das recoletas, onde guardavam religiosamente, os demais e essenciais apetrechos para a pesca no rio. 

Como remos, lanternas, etc. e redes, para a pesca da lampreia, do sável, da sertela(enguias), etc.etc... 

As espécies piscícolas que mais abundam no Mondego são os linguados, sôlhas, tainhas, robalétes, enguias, fanecas etc., que se pescam durante todo o ano, e as lampreias, sáveis, savelhas, corvinas, de Janeiro a Abril, quando estes peixes sobem os rios para a dosova. 


Continuou ainda a labutar nos anos 60,70 e 80 do século passado, nas águas do braço sul do mondego. 

Já depois de tantas campanhas, na Faina Maior, a pesca à linha do bacalhau. 

Era o homem, o esposo da minha Tia Maria Pereira dos Santos, a Maria Gabada, uma de muitas outras mulheres do rio, da Coroa da Burra das "cadelinhas" (ameijoas), berbigão, burriés e dos caranguejos, e finalmente companheira de muitas lutas de toda uma vida. 

Outos ventos, outros tempos, com o perfume de um passado, que ainda partilhei na minha infância e alguma adolescência... 

Hoje, já quase, não existem Homens e Mulheres como dantes...

sábado, 8 de março de 2025

A Figueira da Foz de antigamente - Teatro da República


A Figueira da Foz de antigamente, com o imponente e extinto Teatro da República, à esquerda na foto.

Uma obra, que se hoje ainda existisse, seria um facto memorável e um verdadeiro monumento histórico para a nossa cidade.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Praia da Cova - Últimos raios de sol...

Quando os últimos raios de sol, se apagam no horizonte...

As últimas cores de luz do entardecer, reflectem todo o esplendor do lugar.
Espaço, e momentos de inspiração, que nos ensinam a amar e a viver a vida, o bem mais precioso.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Imagens da minha terra - Vista parcial da Figueira da Foz, Cabedelo e Gala


Imagens da minha terra - Vista parcial da Figueira da Foz, Cabedelo e Gala. 

Ao longe em ùltimo plano, a antiga Ponte dos Arcos.

Foto: José de Freitas

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Por detrás da borda do rio na Gala


No outro lado da borda do rio na Gala.
Na rua Doutor João Bagão.
Por detrás do lindo casario, erguia-se até há bem pouco tempo, o grande e majestoso pinheiro Araucaria Excelsa, também conhecido como "The Norfolk Pine".
Muitas vezes, durante muitos anos passava nesta rua, simplesmente para apreciar esta linda árvore, já com muitos anos de vida.
Ningúem e nada é permanente nesta vida...
Fica a magnificência da imagem, num lindo dia de céu azul.

sábado, 18 de janeiro de 2025

Intensidade de um tempo e maravilhoso lugar...

Recoletas, botes e bateiras, na velha doca, da borda do rio.
A intensidade de um tempo, e maravilhoso lugar.
Tudo o homem destruiu e enterrou para sempre...
Meu ex-líbris da terra onde um dia nasci, Cova Gala.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Já Sinto Saudades do Verão...✨️

Desse sol molengão, da sua luz, calor, areias brancas, rodeadas de arbustos e cheiros contagiantes junto ao mar, que nos arrastam e adormecem num sonho, a qualquer hora, em qualquer lugar...
Fazendo despertar coisas que chamam outras à memória, que recordam, o que já lá vai, e não volta mais...

domingo, 12 de janeiro de 2025

Freguesia de São Pedro - Ilha da Morraceira.

Quando o sol reaparece ao amanhecer, as cores renascem, e pintam a tela florescente mais linda que possamos imaginar...

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Figueira Antiga - Doca de embarque ediçao dos 120 anos da Casa Havanesa.


Figueira Antiga - Doca de embarque ediçao dos 120 anos da Casa Havanesa.


Como podereria eu, descrever, imaginar esse tempo, nos finais do século XIX, numa visita dos nossos bisavós, depois de atravessarem a ponte a pé, vindos da margem sul.
Numa pequena viagem àquela antiga cidade, de encanto e beleza, situada na foz do mondego.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Para a história da Cova e Gala (XIV) - Construção da Ponte dos Arcos, sobre o braço sul do rio mondego, em 1940.


Construção da Ponte dos Arcos, sobre o braço sul do rio mondego, em 1940.
As obras seriam concluídas dois anos mais tarde, o que facilitaria enormemente a travessia do rio, para as populações da margem sul, e por consequência a ligação ao norte do País.
Eram de início feitas por embarcaçóes de pescadores a ligação entre as duas margens, depois mais tarde por barcos de passageiros, como o "Gala", e o "Luiz Elvira".
As partidas eram feitas da borda do rio da Gala, na antiga e saudosa doca que ali existia.
Aí estava situado o trapiche, onde o barco atracava e depois navegava rumo à Figueira da Foz, e atracava novamente no cais que havia em frente à Praça Velha.
Notava-se muitas vezes um grande aglomerado de gente, no trapiche da Gala, não só de habitantes da Cova Gala, mas também de pessoas de outras povoações mais a sul, e que que faziam uso deste tipo de transporte fluvial.
Aguardavam a chegada do barco, numa pequena casa junto ao trapiche, que fazia parte das instalações do mesmo e resguardava os utentes, em dias de mau tempo... 

O Mar...da Cova.

O Mar...da Cova.
Praia da cova...teu mar é imenso,tem muitas estórias para contar.Quando era criança quis alcançar o teu fim...nos meus pensamentos.O teu horizonte era a minha amante longínqua...As dunas a cama aonde um dia me iria deitar contigo...

Que dia é hoje?

Só existem dois dias no ano,em que nada se deve fazer.
Um chama-se ontem,e o outro amanhã.
Por isso hoje é o dia para amar,crer,fazer e principalmente viver...

Ponte dos Arcos...na Gala

Ponte dos Arcos...na Gala
Velha Ponte dos Arcos...Ponte da minha infãncia.Tua vida chegou ao fim...mas a tua imagem ficará sempre em mim.Olhas o rio,como quem olha o espelho da vida.Já viste alguém nascer...quem sabe!Não evitas-te que junto a ti alguém morresse.

Praia da Cova...

Praia da Cova...
O perfume do teu mar...é o presente,foi o passado e será o futuro da minha existência...