Alagado entardecer...
(Aguarela de Cunha Rocha)
Um marco histórico de grande importância desta terra, que se deve preservar para sempre...
Num plano intermediário, a estrutura de um velho trapiche, destinado à atracação dos barcos, e outras funções.
Mais atrás, o antiguíssimo Hotel Reis.
Finalmente, ao fundo à direita, o famoso e imponente Teatro da República.
Traineira Titó carregada, carregadinha de sardinha
Foto - António Carvalho.
Nas nossas praias da Cova Gala.
E que, muitos jovens da minha mocidade e mais velhos, tão bem conheceram...
Envolta na neblina da manhã, cidade adormecida, esperando os primeiros raios de sol para despertar.
Mostrando depois, toda a sua beleza, como mulher nossa, que nos consegue sempre extasiar...
As obras seriam concluídas dois anos mais tarde, o que facilitaria enormemente a travessia do rio, para as populações da margem sul, e por consequência a ligação ao norte do País.
Eram de início feitas por embarcações de pescadores a ligação entre as duas margens, depois mais tarde por barcos de passageiros, como o "Gala", e o "Luiz Elvira".
As partidas eram feitas da borda do rio na Gala, na saudosa doca que existia, aí estava o trapiche, onde o barco atracava e depois navegava rumo à Figueira da Foz, e atracava novamente no cais que havia em frente à Praça Velha.
Notava-se muitas vezes um grande aglomerado de gente, no trapiche da Gala, não só de habitantes da Cova Gala, mas também de pessoas de outras povoações mais a sul, e que que faziam uso deste tipo de transporte fluvial.
Aguardavam a chegada do barco, numa pequena casa junto ao trapiche, que fazia parte das instalações do mesmo e resguardava os utentes, em dias de mau tempo...
No silêncio, quebrado pelo murmúrio das águas correntes, e a imensidão do rio.
Uma imagem, um pensamento louco, furtado, que transporta a minha fantasia para esse lugar que me aprisionou...
Pés nus, sol escaldante.
Ventos, que chegaram hoje e por lá passaram...
Trazem cartas e retratos sem remetente, sem destinatário.
Agarra, quem alcança o vento e leva o pensamento com ele de volta.
No final do dia, à tardinha, na antiga borda do rio, um mergulho nas águas, emergir, e olhar a inigualável beleza daquela ponte.
Porto de Pesca e Lota Antiga da Figueira da Foz.
No início dos anos 70 do século passado, homens e mulheres, a mesma luta quotidiana de sempre...
Era a mãe de muita gente, já há alguns anos para cá, sobretudo na apanha do berbigão.
Nessa madrugada dos anos sessenta,famílias inteiras atravessavam o rio de bote a remos.Entre a cidade e a aldeia, passando pelas três pontes para lá ir e voltar.
Um mar omnipresente, irrequieto, que transportava sonhos para além desse horizonte, aonde não conseguia chegar...Em tempos mais recuados, quando o Mondego a sul da sua Foz, se acercava com as suas águas e se infiltrava mais a poente junto da aldeia, formando depois na baixa-mar, a "Croa" dos Caícos.
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Teve o seu tempo maior de glória no mar, acabando finalmente em terra, para embelecer a dita rotunta, a caminho do Cabedelo.
Exemplos e sinais flagrantes da vida, e do tempo, de que tudo passa, tudo se vai com ele....
Outros tempos... A extinta "Seca do Bacalhau" da família Sotto Mayor na Morraceira, junto à antiga ponte da Figueira da Foz na ...